domingo, 30 de janeiro de 2011

LIMONADA SUIÇA

Sentada em um bar em Blumenau, na tentativa de espantar o calor, pedi uma limonada suíça. O sabor dessa bebida remeteu-me à Bolívia em um minuto, ao primeiro gole.
Vi-me frente aos vendedores, carregando dentro de baldes, garrafas cheias de um líquido claro, quase transparente. Ouvi suas vozes altas, potentes, anunciando em som claro: “Limonada, limonada”.
Quando ouvi a primeira vez a palavra limonada, pensei na minha casa. “Eis algo que conheço” – pensei – “bebida brasileira, refrescante”. Pedi. Queria sentir um sabor conhecido naquelas terras distantes.
Surpreendi-me, pois a limonada boliviana é diferente da nossa. É, sem dúvidas, a melhor que já bebi.
Não sei a que atribuir o sabor diferenciado. Talvez à magia das terras bolivianas e seus habitantes doces e de olhares profundos; talvez ao simples fato de ser preparada com uma espécie de limão que eu não conheça; talvez, talvez.
Aqui sentada na noite quente de Blumenau, bebendo minha limonada, senti profundamente o que minha mente já sabia que não será mais possível para eu beber uma limonada, em qualquer parte do mundo, sem remeter-me instantaneamente à Bolívia, com seus cheiros, cores e sabores especiais.
As pessoas me olham de forma estranha, por certo estão pensando que sou uma maluca sorrindo para meu copo de limonada. Eu me divirto, pois sei o motivo do meu sorriso. Sorrio para ti, Bolívia. Sorrio para tua força, para a resistência de teu povo, de teus heróis.
Sorrio para ti, Bolívia! Sorrio para ti.

                                                           
Blumenau, 28 de janeiro de 2011.
Sandra Tolfo

sábado, 29 de janeiro de 2011

NOITE CÁLIDA

Na cálida noite
Pálida, cálida.
Faltava você!
Seu calor, sua cor, sua voz.
Faltava você amor.
E sua falta se fez silêncio
Doendo em meus ouvidos.
Ferindo-me por dentro,
Dilacerando meu peito.
Faltava você amor.
E o silencio de sua falta doia,
Na cálida noite,
Pálida, cálida.


Blumenau, 28 de janeiro de 2011.
Sandra Tolfo

TEMPO

As pessoas passam 
Apresadas
Atrasadas
Atarefadas
As pessoas passam
No tempo que para.


Blumenau, 28/01/2011
Sandra Tolfo