quarta-feira, 13 de março de 2013

A RAÇA BORNHAUSEN

Compartilho excelente texto do amigo Raul Longo.




Talvez ainda se lembrem de quando Jorge Bornhausen propôs acabar com a raça do PT por 30 anos. Não conseguiu nem por um dia, mas ficou muito brabo com o Prof. Emir Sader porque o acusou de racista. E foi a juízo.
Força do hábito pela justiça daqui sempre dar ganho de causa pro velho Coronel. Mas a nível nacional a coisa é outra e o juiz favoreceu a lógica da conclusão do Sader, provavelmente em consideração às ciências antropológicas que conferem aos antropoides alguns espécimes de diferentes raças, entre elas a humana. Uma única raça com diversidades em suas origens étnicas.
Considerando que o PT é uma agremiação humana, não há sentido algum em se referir aos agremiados sob a sigla como raça. Além do que, quem expressa intenção de acabar com uma raça por qual seja o motivo, não somente se assume racista como se denota um genocida em potencial.
A acusação do Sader foi abalizada pela justiça e o Coronel perdeu pela evidência da lógica. Perdeu no Brasil, porque aqui em seu feudo a raça Bornhausen se prolifera pra todo lado, cotidianamente segregando a população humana de Santa Catarina.
O governo do feudo é do Bornhausen e a administração da sede também é do Bornhausen. Dessa vez diretamente, pois governador e prefeito são do mesmo partido: o ex-DEM/PFL/ARENA/UDN. Mas em todos demais siglas políticas há Bornhausen inseminado. Tanto que nas últimas eleições foi apoiado pelo PSOL e até nos da “raça” do PT catarinense já houve surtos, com ameaças de decapitações e incidências de interesses comuns.
Se no resto do país a raça Bornhausen vem se extinguido em sucessivas derrotas eleitorais, aqui assombra cada vez mais como aconteceu nesta manhã à senhora de 62 de idade no terminal de transporte urbano do centro, ao regressar de uma viagem ao Brasil.
Como se sabe, no Brasil instituições públicas e privadas têm demonstrado algum interesse em oferecer atendimento mais humano aos contribuintes e usuários. Uma dessas formas é a de isentar pessoas com mais de 60 anos do pagamento de tarifa de transporte público. 
Isso causou constrangimento ao monopólio do transporte coletivo dessa Transilvânia e se viram obrigados a estipular a idade mínima de 65 anos para a mesma isenção.
Consciente da realidade do feudo em que vive há uma década e meia onde diariamente utiliza o transporte coletivo, a senhora pagou a passagem para poder passar pela catraca de entrada do Terminal Urbano do Centro, ao lado do Rodoviário.
A despeito do aumento populacional de Florianópolis, o monopólio do transporte coletivo continua nas mãos das mesmas companhias que mantém praticamente o mesmo número de veículos em circulação há duas décadas, com redução de algumas linhas. Mas depois de pagar o acesso às plataformas do terminal os passageiros têm o direito de escolher para onde queiram ser transportado como gado. No entanto, cansada da longa viagem interestadual e procurando evitar que sua bagagem incomodasse os demais passageiros pendurados aos balaústres, a senhora dirigiu-se ao cobrador solicitando o direito de usar a entrada da frente do coletivo para poder se acomodar em um dos poucos assentos exclusivos para idosos, todos desocupados.
Isso de assentos destinados a idosos não pagantes é outra coisa que revolta sobremaneira os bornhausens das companhias de transporte coletivo e ela explicou já ter pagado para passar pela catraca de entrada do terminal. Mesmo assim, o constrangido cobrador argumentou que por normas da empresa ela precisaria pagar duas vezes. Sem outra opção a aposentada se deixou lesar no valor de uma viagem a mais. Viagem que não fez, mas pagou. E desconfiou...
Não sem razão. Afinal, três anos a mais ou a menos em que interferem a respeito de assentos vazios, ainda que teoricamente reservados aos idosos?
Pelo telefone confirmou serem mesmo as normas da empresa, pois, conforme a atendente, se entrasse a fiscalização no percurso da viagem, teriam problemas.
É de se imaginar o vexame: ônibus lotado e o fiscal achegando-se aos cabelos brancos da senhora: “- E aí guria! Mostre seus documentos e se não tiver completado 65 anos vai lá pra trás. Tens de viajar em pé porque aqui não é lugar de fedelhas!”
Mas se pagar duas vezes a passagem de uma única viagem, pode. Qual a lógica?
Suponha-se uma situação: adentra pela frente do ônibus meia dúzia de skinheads (jovens de mentalidade bornhausiana) e pagam por vinte viagens de ida e volta. Nesse dia todo idoso do hipotético bairro terá de viajar em pé: “- Aí coroa! Ninguém mandou chegar nos 80. Nóis só tem 20, mas temo dinheiro pra arrematar os assento só pra vê tu te fodê aí pendurado. Te agarra na bagagem se não quiser dar de cara no chão!”
Haveria muito mais a contar sobre o deficitário transporte público de Florianópolis, das absurdas normas da TRANSOL – Transportes Coletivos, a maior empresa do loteamento das linhas urbanas desta cidade, ou das demais; mas a intenção aqui não é de tentar provocar alguma melhoria nas relações humanas entre instituições privadas e públicas com seus usuários e contribuintes catarinenses, pois se sabe perfeitamente que Brasil é do brasileiros e este feudo de Santa Catarina é do Bornhausen e sua raça.
Não há o que o plebeu catarinense possa fazer a não ser deixar de eleger os espectros do mesmo grupo a cada dois anos. Mas como, se todos os políticos daqui são do Bornhausen?
Empresários também e, pela inutilidade e por ser exaustivo, resume-se essa exposição apenas ao relato de como a mesma usuária que no Brasil não precisou pagar por nenhum transporte urbano e nem mesmo pelo interestadual, aqui teve de pagar por duas viagens para utilizar uma única sem incomodar ninguém com sua bagagem.
Não se estenderá aqui por considerações sobre tarifas mais altas do que as do Brasil para percursos bem menores e um serviço disponibilizado em média de espera de 40 minutos à uma hora, que se designa como sistema de transporte integrado apesar de nordeste a noroeste desta ilha estreita se ter de aguardar igual tempo por cada um dos três ônibus que interligam distâncias comparáveis às da Barra Funda à Baixada do Glicério em São Paulo ou do Flamengo à Ipanema no Rio de Janeiro. Se tanto!
Divulgar as realidades deste feudo ao Brasil não promoverá melhoria nas relações humanas catarinenses e apenas o que se pretende com essa exposição é oferecer uma contribuição à zoologia para a compreensão do comportamento e dos processos de reprodução e disseminação da raça Bornhausen.

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